O ano de 2017 começa cercado de incertezas para a cadeia produtiva da pecuária. Após se manter estável no último bimestre do ano passado e nas primeiras semanas de janeiro, a arroba começou a ceder e deve ser ainda mais pressionada ao longo do ano, devido à expectativa de um provável aumento na oferta de animais terminados.
Um dos fatores que devem contribuir para esse cenário é o crescimento de abate de matrizes, depois de três anos de retenção. “Diferente do que aconteceu em anos anteriores, o preço do bezerro não está nada atrativo e isso deve fazer com que os produtores não pensem duas vezes antes de mandar as fêmeas vazias para o abate”, destaca o analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes.
De acordo com ele, os impactos devem ser sentidos já no primeiro semestre, provavelmente em março, quando geralmente se tem o pico do abate de fêmeas do ano em função do descarte das matrizes que não emprenharam no ano anterior.
Caso o aumento de fêmeas abatidas se confirme, será o fim de um ciclo de quatro anos de baixa. De acordo com dados do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o terceiro trimestre, 2016 teve a menor participação de fêmeas no abate de bovinos dos útimos seis anos, respondendo por apenas 39,35% do total de abates.
Além das fêmeas, também é esperado um aumento no volume de machos a serem abatidos em 2017. No entanto, Alex Lopes afirma que não é possível saber quando esses animais chegarão ao mercado, já que cada produtor tem seu próprio sistema de engorda.
Historicamente, a oferta de machos é maior no mês de maio, em função da entrada da seca e, consequentemente, da degradação parcial das pastagens.
Fonte: Portal DBO